CRIEI ESTE BLOG PARA DIVIDIR MEUS SONHOS E FATOS REAIS. COMO NÃO SEI ESCREVER POUCO, QUASE O TRANSFORMEI EM AUTO AJUDA.LONGE ESTA ESTA PRETENSÃO.É MEU PRIMEIRO BLOG POR ISTO OS ERROS NA TENTATIVA DE ACERTAR. PEÇO DESCULPAS POR MINHAS FALHAS.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Dona Barbara.



Estatura mediana. Cabelos, claros, olhos azuis. Aparência de mulher frágil, mas forte como um cédro. Como aquelas árvores se se inclinam com a ventania mas não caem. Se dobram com a dor mas se levantam altivas e continuam firmes. Mãe de quatro filhos, tendo os criado sozinha lavando roupas para fora. Era um arroio de aguas muito límpidas. sobre uma tábua ela se curvava e deixava as roupas limpas cheirosas. Um agradável cheiro de sol. Depois dos filhos adultos, casaram e tomaram rumo na vida. Foram para cidade grande e vinham sempre visita-la nas férias. Ela continuava lá, no sítio, morando só . Uma vida simples, sem nenhum luxo ou conforto. Nunca procurou ninguém para pedir ajuda, quer fosse financeira ou espiritual. Na sua simplicidade e sabedoria , deixou aos filhos, netos e bisnetos o maior legado que se pode dar....a DIGNIDADE HONRADES. Sem saber ler ou escrever, ela foi uma professora daquelas que se impõe sem alterar a voz. Não era preciso porque dava o EXEMPLO melhor , as atitudes.Sua casa era isolada e ela nunca citou a palavra medo. Sempre dizia que não estava só, mas COM DEUS. Levantava as 6:00 da manhã. Andava sem fazer nem um ruido.Se movia com calma , acendia o fogão a lenha. Era gostoso ouvir o crepitar da lenha queimando, o cheiro gostoso do café. Silêncio respeitoso com quem ainda continuava dormindo. No verão, ela saia muito cedo para roça, para voltar as 8:00, quando o sol começava a esquentar. Não abria mão de seu chapéu de palha , do lenço nos cabelos e da sombrinha quando tinha que ir a cidade. Pegar sol....de jeito nenhum. Pegar sereno, vento encanado era coisa fora de cogitação. Era assim que cuidava de todos. Quando tinha que brigar, falar, gostassem ou não, ela falava e dizia tudo o que pensava, sem a preocupação de ser agradável ou não. Era autêntica. Quando perdeu o neto mais velho ,parece que ela encolheu. Era a fotografia da dor. Dor que com certeza ela levou para toda a vida,mas com coragem. Foi assim que passou toda sua vida. Sem lamentações , cuidando da sua casa e sempre ESPERANDO. Pelo filho que não vinha, pelos netos. Ficava lá, com suas flores, suas galinhas, sua horta muito bem cuidada. tinha um gato, que se chamava Bilu. Um cachorro bonito preso a coleira, que só era solto a noite. No inverno mais rigoroso, quando sua neta ia dormir na sua casa, ela a levava pela estrada . A escola era a 2 quilõmetros do sitio. Pela manhã os campos eram cobertos de geada.Em alguns trechos da estrada havia gelo na grama , dona Barbara, que usava uns tamancos de madeira para sair no frio,ia á frente da neta pisando no gelo e mandando que a mesma só colocasse os pés,nas marcar deichadas pelo seu tamanco. A menina obedecia sem nem uma contestação. Pisava só no lugar onde sua vó havia passado, porque assim, não gelava os pés. Em dias que se armava para temporal,ela ia encontrar a neta longe, na entrada da estrada para o sítio. Com certeza havia naquele momento a preocupação com o vento, ou com possível queda de raio. Lá estava ela, parada esperando num cantinho da estrada pela neta. Fazendo assim passava segurança e confiança para sua neta, que vinha com medo, sozinha pelo caminho. Quem me dera chegar em uma esquina, num dia de medo como hoje, e divisar a figura doce e firme da dona Barbara. A segurança na voz, e a certeza de que com ela estava  o amor verdadeiro, incondicional. Como seria bom, se em cada esquina da vida, estivesse LÁ uma dona Barbara pronta para proteger, calada. Naquela forma de amor silenciosa , mas firme. Com certeza a vida é mais fácil, quando o AMOR nos espera na esquina de braços abertos. Parabéns a esta grande mulher. Partiu para ajudar a cuidar outras vidas. Que Deus a tenha recompensado pelo amor  deixado no coração dos seus. Agora restou a saudade boa e doce desta grande mulher.

2 comentários:

Irene disse...

Esta é uma homenagem bem pequena, a uma grande mulher. A matriarca da minha família. A pessoa da qual tenho maior orgulho de ter nas veias o mesmo sangue.

Unknown disse...

Que emoção poder ler registros tão importantes. Isso requer continuação, Dona Bárbara 2, 3 e assim por diante.